quinta-feira, 19 de julho de 2007

Pois hoje estou rebelde...


A rebeldia, o inconformismo é a minha poção para me manter viva!
É a minha poção para sobreviver!

Não acredito quando as pessoas aceitam tudo o que lhes acontece...
Não acredito quando falam na vontade de Deus...
Não acredito quando não se sentem enganadas...

Acredito quando reclamam
Acredito quando lutam
Acredito quando choram
Acredito quando gritam

Ser inconformista
Acreditar em algo melhor, num mundo melhor
É a melhor poção que encontrei nos meus mágicos livros!

E por isso...e por muito mais...
Aqui vai um poema que eu adoro, de alguém que eu admiro (pasmem-se !!!)
Chamem-me inconformada, esquerdoide (só de vez em quando!), liberal (quase sempre...)

Mas aqui vai:

Trova do vento que passa
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

Surpreendidos pela escolha? Talvez ...Mas a vida é mesmo assim!

2 comentários:

Anónimo disse...

Aqui vai, amiga querida!!!

Neste primeiro comentário, que vai ser no geral, apresento-me como amigo e é como tal que deixo os meus parabéns pelo excelente blog que criaste. De certeza que tem tornado os dias de muita gente mágicas com as palavras sábias que tão bem sabes escrever.

Ah...obrigado pela ajuda que me deste para timbrar o meu papel.

Continua sempre assim. ABRACADABRA!!!!!

aprendiz de feitiçeira disse...

Amigo... sempre às ordens.

Bjos